"Até os nossos dias a Calunga faz parte do ritual do maracatu, encarnando nos seus axés a força dos antepassados do grupo. Em sua honra são cantadas, ainda dentro da sede, as primeiras loas, quando a Calunga é retirada do altar pela dama-do-paço e passa às mãos da rainha, que a entrega à baiana mais próxima e assim se sucede, de mão em mão até retornar novamente às mãos da soberana."
Que noite mais funda calunga no porão de um navio negreiro que viagem mais longa candonga ouvindo o batuque das ondas compasso de um coração de pássaro no fundo do cativeiro É o semba do mundo calunga batendo samba em meu peito Kaô Kabiecilê Kaô ôô Okê Arô Okê Quem me pariu foi o ventre de um navio Quem me ouviu foi o vento no vazio do ventre escuro de um porão Vou baixar no seu terreiro Epa raio machado trovão Epa justiça de guerreiro Ê semba ê ê samba á o batuque das ondas nas noite mais longas me ensinou a cantar Ê semba ê ê samba á dor é o lugar mais fundo é o umbigo do mundo é o fundo do mar Ê semba ê ê samba á no balanço das ondas Okê Arô me ensinou a bater seu tambor Ê semba ê ê samba á no escuro porão eu vi o clarão do giro do mundo Ê semba ê ê samba á é o céu que cobriu nas noites de frio minha solidão Ê semba ê ê samba á é oceano sem fim sem amor sem irmão ê Kaô quero ser seu tambor Ê semba ê ê samba á eu faço a lua brilhar o esplendor e clarão luar de Luanda em meu coração Umbigo da cor, abrigo da dor a primeira umbigada Massemba Yáyá Massemba é o samba que dá Vou aprender a ler Pra ensinar meus camaradas
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